Num incrível trabalho conjunto Ann e James Frost deram vida a uma antiga propriedade, restaurando e preparando-a para o futuro de uma forma consciente e sustentável. A história deste casal tão apaixonado pela terra é por si só uma inspiração que vale a pena descobrir.
Conteúdos
Ann Frost
Quinta de Sant’Ana
Como fazer um bouquet de flores
Ann Frost
Nasceu na Alemanha em 1967, foi a quarta de sete filhos e teve a sorte de crescer numa casa de madeira no meio de uma floresta. Sem vizinhos, sem televisão (apenas uma máquina de lavar) e uma interminável quantidade de canetas coloridas e papel.
Teve a sorte de ter uma infância única e uma cultura familiar calorosa, idílica, embora ligeiramente não ortodoxa, com dias passados ao ar livre na flora e fauna da Vestefália, e noites a contar histórias, a jogar de charadas ou ouvir música.
Muda-se para a Quinta de Sant’Ana em Portugal em 1969, em parte por aventura mas também para melhorar a educação no ambiente rural de uma vinha, nos limites da pequena aldeia de Gradil, Mafra. O tempo aqui passado foi encurtado pela revolução mas todos levaram de volta para Alemanha as melhores memórias e amizades duradouras.
A má sorte veio novamente bater-lhes à porta quando a casa em que viviam foi destruída pelo fogo depois dos 7 irmãos tentarem celebrar o Ano Novo em grande estilo. Como resultado foi enviada para um internato num convento. A principal razão para isso não foi para castigar pelo manuseio descuidado com as velas, mas porque a escola oferecia um modelo educacional bastante singular: um diploma de estágio profissional em um dos quatro ofícios, paralelo ao Abitur – cerâmica foi a sua escolha.
Seguiu-se um curso de dois anos na escola de arte em Florença – o lugar mais inspirador e estimulante para uma jovem impressionável que apenas escapou da supervisão das freiras! De agora em diante, passa a andar sempre com um caderno de desenhos no bolso.
Conhece o seu marido James, na altura um jovem oficial da cavalaria, enquanto estava a tirar um curso de Design Gráfico na sua cidade natal, Münster.
Não demorou muito para que os dois embarcassem na sua aventura de vida conjunta: trazer o QSA (Quinta de Sant’Ana) de volta à antiga glória, restaurando a alma da propriedade e enchendo-a com as risadas dos seus sete filhos. Ao longo de quase 30 anos ambos constroem um sólido negócio produzindo vinhos, eventos e acolhendo hóspedes.
James torna-se um apaixonado por agricultura e pela terra, as suas mãos parecem que têm um qualquer poder mágico já que conseguem cultivar de tudo um pouco seja vinhas, árvores ou outras plantas.
Num esforço para aumentar a biodiversidade introduzem ovelhas, o seu rebanho de ovelhas Suffolk mantém as ervas de inverno sob controle ao mesmo tempo que fertiliza a terra, e abelhas que trazem com elas um ambiente saudável e alegre para os campos da quinta.
Em 2015 começam o processo de conversão para vinho biológico.
A produção de flores acaba por surgir naturalmente por causa dos muitos eventos e casamentos que fazem.
Ao produzir as suas próprias flores conseguem fazer arranjos únicos, inovadores e com imensa frescura.
Como florista de casamentos, Ann tem a oportunidade de desenvolver o seu design floral e esta conexão ainda mais profunda com a natureza deixa-a particularmente feliz, como diz a Ann:
“Trabalhar com flores, anima-me e faz-me sentir que não apenas interagimos com a natureza – somos natureza! Agora substitui as minhas canetas e papel: agora eu pinto com as flores!”
Quinta de Sant’Ana
Na Quinta de Sant’Ana produzem-se vinhos biológicos e flores.
O esforço que Ann e James Frost têm feito nos últimos anos de trazer mais biodiversidade à quinta sente-se mal se entra na propriedade. Aqui respira-se um ambiente alegre em que o respeito pela natureza fala mais alto.
Algumas das festas em ambiente rural mais bonitas de Portugal são feitas aqui, e as flores que são produzidas na quinta fazem as honras da casa em bonitos arranjos elaborados por Ann.
Como fazer um bouquet de flores
pela wedding florist Ann Frost
Ann, trabalha as flores de forma muito natural e espontânea e acredita que a melhor regra em relação aos arranjos é mesmo não haver regras.
“Às vezes fico surpresa com o resultado final, sobretudo quando parece que entendi a linguagem que as flores falam.
Prefiro trabalhar com inspiração do que copiar uma imagem, respeito todas as flores, as altas, as minúsculas, as selvagens e as domesticadas, as perfeitas e as tortas. Principalmente as tortas”.
Passo a passo
Selecionar as flores com que se vai trabalhar. Para um arranjo ficar bonito além de flores diversas é necessário ter também ramagens de diferentes plantas, por exemplo ramos de oliveira ficam sempre bem na composição de um arranjo.
Ann tem um truque para os seus arranjos. Olha para as flores como se fossem personagens, começa sempre pela flor que chama mais atenção, a protagonista, e de seguida vai adicionando outras, consoante vê que precisam de mais ou menos espaço para brilharem.
Adicionar outras ramagens, caules de ervas, vagens e outras flores num ligeiro ângulo à volta do centro, criando proporções, tonalidades e texturas interessantes, até o bouquet ter o tamanho pretendido.