O que é a Slow Food?
Vivemos num mundo super acelerado, ok isso já todos sabemos, mas essa aceleração em que vivemos levou-nos a que tudo tem que ser rápido, eficiente, mínimos custos para máximos rendimentos, é o tempo do fast food, do micro ondas, do compre feito para poupar tempo que pode gastar a navegar nas páginas de social media ou a olhar para televisão.
O movimento Slow Food, como nome indica é o oposto disto, é “slow”, não tem que ser tudo perfeitinho, rápido e sem sabor. Tem é que ser bom, feito de uma maneira limpa e justa para todos. O Slow Food quer manter a biodiversidade de cada região e por isso apoia o que é artesanal, tradicional, alimentos que levam tempo a fazer seja queijo, vinhos naturais, cervejas artesanais, azeites, enchidos, entre tantos outros que são feitos com cuidado e respeito, e onde muitas vezes eles próprios carregam a história e cultura de uma terra ou povo.
Em 09 de Novembro de 1989 o Slow Food criou o seu manifesto, uma proclamação de ideias de como devem ser os alimentos que comemos, e que se resumem a 3 simples princípios:
Boa — a comida deve ser um prazer e não apenas um acto para alimentar rapidamente.
Limpa — os alimentos não devem conter produtos químicos nocivos para a nossa saúde, nem para a saúde do nosso planeta.
Justa — a comida deve ser acessível para todos a preços justos, e deve-se dar oportunidade e condições justas de pagamentos aos pequenos produtores.
O Slow Food acredita e promove uma agricultura familiar, trabalha na filosofia do convívio da educação do gosto, acredita que o prazer de comer vem de saber de onde vem, quem o fez e como fez.
Apaixonados que somos por este conceito, rumámos em direção a Turim
…e o que vimos deixou-nos impressionados! A Slow Food organiza eventos de alimentos em todo o mundo mas o maior deles todos é este Salone Del Gusto, que se realiza de dois em dois anos, e que junta milhares de pequenos produtores e amantes de gastronomia vindos de todo o mundo. Este ano 200.000 era o número de visitantes esperados, depois do que vimos seguramente foram mais.
Numa área gigante, estão distribuídos expositores com produtores, street food, workshops, palestras, aulas de cozinha, entre tantas outras descobertas que aqui se encontra. Difícil é escolher o que fazer com tanta oferta que há.
Quando aqui se chega é impossível não ficar de boca aberta a olhar para a incrível diversidade de produtos artesanais italianos, bem como para a Arca do Gosto e para o incrivel trabalho que está a ser feito pela Slow Food ao tentar catalogar, salvar e manter as variedades de legumes, cereais, frutos e produtos artesanais, queijos, enchidos, pão, bolos, vinhos, azeites, etc ou de variedades em risco de extinção. Isto de facto é uma chamada de atenção para não deixarmos as nossas variedades locais perderem-se.
Aqui ficam as imagens do evento, da comida fantástica dos pequenos produtores, dos workshops, da street food, das cervejas artesanais, das degustações de vinhos, do jantar com a maravilhosa chef Antonia Klugmann,dona de uma grande sensibilidade e que faz uma comida cheia de sabores da terra, entre outros…
E se ficaram entusiasmados e acreditam nos princípios e fundamentos deste movimento tornem-se sócios só custa 25€ ao ano, juntos podemos fazer a diferença.
É muito bom ver que há já bastantes pessoas que se preocupam em tornar o nosso mundo, num mundo melhor.