Agricultura biológica ou orgânica
É a mais generalizada e reconhecida oficialmente nos países desenvolvidos, e nasce como alternativa à agricultura cada vez mais industrializada, intensiva e desgastante. Pretende integrar a actividade humana respeitando a capacidade de carga dos ecossistemas, dá especial importância à fertilidade do solo e ao ciclo da água, valoriza as espécies autóctones e a rotação de culturas e não recorre a produtos de síntese química, como fertilizantes e pesticidas sintéticos. Apesar do estudo elaborado pela União Europeia, em 2016, apontar inegáveis benefícios para a saúde humana, muito falta fazer para o seu apoio, promoção e protecção.
A proposta de um novo regulamento europeu para a agricultura biológica foi aprovada na Comissão do Parlamento Europeu, mas faltam ainda os votos favoráveis do Plenário e do Conselho de Ministros. Se correr bem, o novo Regulamento, estará em vigor em 2021.
Agricultura biodinâmica
É a menos popular, mas fascinante, por ter um cunho espiritual. A partir das reflexões do filósofo polaco Rudolf Steiner, em 1920, o seu novo pensamento, denominado antroposofia, evoca a necessidade de, através métodos experimentais, captar factos supra-sensoriais ou elementos de natureza espiritual que estão além da matéria no meio natural. Aplicada à agricultura, há então que considerar o espaço agrícola como um organismo indivisível e manter o elo de ligação entre a matéria existente e a energia do ambiente natural, forças subtis que influenciam o todo. Na biodinâmica, a saúde do solo, das plantas e dos animais, depende da ligação às forças de origem cósmica, mas atende também ao equilíbrio entre as actividades de lavoura, criação de animais e uso dos recursos energéticos. Quanto aos recursos, deseja também a máxima independência, ou seja, a auto-sustentabilidade.
Permacultura
A tão badalada forma de cultivo, suscita muita curiosidade e depois espanto. Foi Bill Mollison, um australiano, que nos anos 70 difunde a ideia de uma “agricultura permanente”, numa engenharia que mistura culturas, quase como numa floresta. Com pouca intervenção humana, criam-se sistemas agrícolas permanentes e ecologicamente estáveis, que aproveitam o mais possível e da melhor maneira a morfologia do terreno e os recursos locais. A co-habitação de várias culturas no mesmo espaço, permanentes ou semi-permanentes, árvores de fruto, pasto, hortícolas e animais, dá-lhe uma faceta ‘agrosilvopastoril’, que se gere consoante os aspectos paisagísticos e energéticos. Parece um ‘tudo ao molho e fé em Deus’ mas nada está ali ao acaso ou ao abandono. A simbiose é perfeita entre os seres vivos que partilham o mesmo chão, estabelecem trocas entre si e desenvolvem um ecossistema sólido e produtivo muito interessante, sem químicos, é claro.